Tratamentos oncológicos: o que acontece com a pele?

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Normalmente, pessoas que passam por tratamentos oncológicos acabam sofrendo com seus efeitos colaterais, seja por conta da quimioterapia ou radioterapia, por exemplo.

Assim, convidamos a dermatologista e pesquisadora para Beyoung, Dra. Flávia Addor, para explicar o que acontece com a pele nesse período e o que fazer para amenizar esses efeitos.

Confira a seguir tudo o que a especialista nos contou.

Por que os tratamentos que os pacientes oncológicos precisam se submeter afetam a pele, unhas e pelos?

Segundo a dermatologista, as unhas e cabelos são anexos epidérmicos, ou seja, fazem parte do mesmo tecido da epiderme, camada superior da pele, sendo que essas células se multiplicam e se diferenciam a uma taxa rápida, alta, renovando a pele a cada 28 dias e fazendo os cabelos e unhas crescerem. 

“Os medicamentos que alteram o crescimento dos tumores também acabam influenciando na renovação celular de tecidos normais, e como a pele se renova rápido, acaba sendo um dos tecidos mais atingidos”, explica a Dra. Flávia.

E qual a diferença entre cada um dos tratamentos?

Segundo a Dra. Flávia, existem dois efeitos colaterais praticamente comuns a diversos tratamentos: o aumento do risco de infecções da pele e dificuldade na cicatrização. Dessa forma, a dermatologista comenta quais são os outros principais efeitos que os tratamentos oncológicos podem causar na pele. Confira quais são eles.

  1. Cirurgia: não há interferência significativa, embora dependa do local e tamanho do tumor, pois o stress cirúrgico pode causar queda de cabelo, chamada de eflúvio telógeno;
  2. Radioterapia: pode afetar muito a pele no local onde a radioterapia incide, um quadro chamado radiodermite, que se assemelha a uma queimadura;
  3. Quimioterapia: são reações muito variadas, que podem ser desde redução de crescimento de cabelos a queda intensa e repentina (eflúvio anágeno), alterações nas lâminas das unhas, ressecamento da pele ou erupções que lembram acne, dependendo do grupo químico da droga;
  4. Hormonioterapia: é o mesmo raciocínio da quimioterapia, pois depende do hormônio utilizado, mas pode levar a lesões acneicas, ressecamento da pele, ou ainda a queda de cabelos;
  5. Imunoterapia: pode levar a erupções cutâneas parecidas com urticária, com coceira e vermelhidão;
  6. Terapia-alvo: esse tipo de quimioterapia é mais direcionada, portanto, seus efeitos colaterais são similares aos da quimio, mas em menor intensidade;
  7. Transplante de medula óssea: não há nenhum dano específico na pele, mas pode haver infecções chamadas oportunistas, que afetam o indivíduo cujo sistema imune esteja reduzido. Essas infecções podem ser fortes e de difícil tratamento, e com quadros bem diferentes do que seriam numa pessoa saudável, o herpes, por exemplo, pode ser bem mais intenso, doloroso e duradouro.

Os principais cuidados para ter com a pele

Seguir rigorosamente as instruções do oncologista no que diz respeito à alimentação e cuidados de skincare (hidratação, higiene e proteção solar), é a principal dica da Dra. Flávia quando falamos sobre cuidados com a pele durante tratamentos oncológicos.

“Muitas vezes, hidratantes desenvolvidos para uma pele sensibilizada podem aliviar ressecamentos, coceiras e irritações. Normalmente, produtos que não contém fragrâncias nem corantes, são os que atuam ajudando a reconstituir a barreira cutânea”, completa.

Assim, ela explica que, de modo geral, essas estruturas (da pele, unha e cabelos) voltam sim ao normal, exceto se houver uma desnutrição associada, que deve ser sempre acompanhada por especialistas.

E a dermatologista finaliza dizendo que a touca de resfriamento, usada na quimioterapia, pode preservar a queda dos fios, pois reduz a passagem do quimioterápico no couro cabeludo.

Sempre siga as orientações de especialistas de confiança

Ao realizar tratamentos de saúde, é essencial confiar nos profissionais escolhidos para acompanharem seu caso, pois eles sabem o que seu corpo precisa e como lidar com possíveis efeitos colaterais.

Então, a Dra. Flávia destaca ainda que, ao realizar tratamentos oncológicos, é muito importante ter também o acompanhamento de dermatologistas, pois esses profissionais saberão o que indicar para aliviar o desconforto na pele, cabelos e unhas, bem como prevenir e tratar infecções para evitar complicações.

E é sempre importante ressaltar que a saúde deve vir em primeiro lugar, por isso se dá a importância do check-up médico de rotina. Dessa forma, é possível ter um acompanhamento profissional e identificar precocemente diversas doenças, o que pode aumentar as chances de realizar tratamentos menos invasivos, sendo essa uma das formas de autocuidado mais especiais para adotarmos.

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